segunda-feira, 18 de agosto de 2014

Sexo, drogas e rock and roll

Em qualquer um dos campos minha vida não anda lá essas coisas, certo? Não andavaEra um sábado, era noite, atendi a um convite tentador no Whatsapp: uma ida ao BukowskiAos que conhecem, o bar é uma referência carioca e não necessita de apresentações. Aos que não basta dizer que, uma vez que se vai lá, não se volta o mesmo. E era disso que eu precisava.

Peguei um táxi e encontrei um amigo à la "friends with benefits". Após entrarmos, partimos logo para as primeiros shots, seguidos de dança, música e muito rock. O clima era de festa, atmosfera leve, porém carregada - de tesão. Não tenho o menor pudor de dizer que dancei da maneira mais lasciva que consegui, explorei cada centímetro de pele do pescoço do meu amigo, beijei - pela primeira vez - duas desconhecidas na boca, apalpei por debaixo da blusa uma delas - também pela primeira vez -, beijei um estranho que cruzou meu caminho e fiz o diabo. Eu estava sendo feliz, livre, plena. Um pássaro solto após séculos numa gaiola. Se era uma fuga? Óbvio. E afinal, é pecado querer fugir da tristeza e cair nos braços da alegria barata?

Agarrei meu amigo pelo ombro e colei minha boca em seu ouvido, murmurando meio desconexa, meio urgente "vamos embora". Alguns minutos mais tarde estávamos em seu quarto, em seu apartamento, em sua cama, apenas ele e eu - nossas roupas, no chão. Estavam proibidas de entrar na brincadeira. Ele me beijava e mordia a boca, pescoço, ombros, barriga, já não lembrava mais meu nome lá pela quinta inspiração ofegante. Nesse momento, que poderia ter durado uns cinco minutos ou vinte anos, fica eternizado o ápice da minha liberdade. Era muita saliva, suor, calor e arrepio. Fui arqueando as costas convulsivamente três, quatro, cinco vezes, até deixar escapar entre os gemidos o grito final, sufocado, do meu gozo. Essa é a última coisa coerente que me recordo antes de apagar num sono misturado a um êxtase profundo. E foi assim que eu esqueci de todos os problemas.

Pelo menos por uma noite.

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Sobre feridas, cicatrizes e amor

Se vocês achavam que a minha vida acadêmica era confusa, não queiram saber da amorosa.
Meu coração anda tão despedaçado quando uma noz que levou uma martelada certeira, em cheio, sem dó. Depois de morar um ano junto com um namorado (e o mar de rosas não durou muito), tive constantes decepções; Embora não tenha desistido, mesmo assim, ele tomou essa decisão por mim. Posso dizer delicadamente assim ou posso colocar de uma maneira mais realística e dura: tomei um "pontapé". Ele acha que eu mereço coisa melhor, mas nunca foi questão de merecimento - eu o amei. Quando amamos, perdemos tudo, jogamos tudo fora, abrimos mão de tudo, fazemos de tudo - tudo pelo outro. Valeu a pena? Não diria que sim. Tivemos bons momentos, mas ao colocar na balança, os maus momentos e as tristezas foram tantas e tão doloridas que já não faziam valer a pena as alegrias.

Faz parte da vida, e a dor faz crescer? Sim. A dor precisa ser vivida, sentida; Sim. Às vezes temos que conviver com a dor mesmo sem querer e ela é tão sacana que não nos abandona mesmo quando queremos que ela vá embora. Está sempre ali lembrando-nos do fracasso, nos enchendo de pesar, desesperança, nos atormenta com fotos, mensagens, qualquer lembrete do passado. É triste, é amargo, sufocante. Eu permaneço sempre em silêncio sobre os meus sentimentos, como se fossem uma rasa piscina. Mas a mágoa é tão grande e profunda quanto um poço de petróleo. Eu ainda tenho que manter contato com ele, por algumas questões comuns, apesar de desejar e tentar manter o máximo de distância. Já comprei um novo número de telefone. Já saí da casa em que morávamos. Já apaguei fotos. Já doei roupas e pertences que traziam recordações. Já o xinguei, amaldiçoei e me debulhei em lágrimas. Nada faz passar esse sentimento traiçoeiro.

É como um corte fresco no pé. Imagine que um caco de vidro te cortou. O corte sangra, sangra, até que resolva estancar e criar uma casquinha feia. Mas você vai lá e dá uma topada na mesa e o corte que estava cicatrizando reabre. Sangra mais um pouco. Pode ser que um dia você mesmo, entediado, ou sei lá por qual motivo, cutuque a ferida e ela sangre. Enfim, demora a cicatrizar. Quando cicatriza, deixa marcas. Não há um meio bonito para esse processo ocorrer. É feio mesmo. Mas faz crescer. Hoje eu não entendo, mas no futuro torço para que, ao sair dessa situação, compreenda o motivo.

Se houve um. Se há algum.

segunda-feira, 4 de agosto de 2014

Capítulo um - Introducing Me

Como uma pessoa começa a se apresentar? O que posso dizer?
Tenho vinte e um anos,  cabelos castanhos, 1,60 metros, 50kg, estudo Ciência da Computação na universidade local e ando angustiada. Até então, nada demais. Muitos jovens se encaixam nessas descrições. Mas quem sou, de verdade, o que quero, até onde irei por isso, são questões que eu mesma ainda não posso responder. Esse blog é um tipo de busca por autoconhecimento.

Atualmente estou no terceiro período da faculdade. Muito embora não tenha conseguido frequentar as aulas corretamente, nem passar nas matérias necessárias para de fato cursar as disciplinas correspondentes ao período que estou, ainda não desisti do curso. Não me empenhei de fato, é verdade. Mas houveram muitas questões que me levaram ao fracasso - sim, apenas porque eu permiti que assim fosse. Ano passado, após o fracasso do primeiro semestre, prometi que me empenharia melhor. Assim como a história dos três porquinhos que construíram suas casas, construí essa convicção dentro de mim; na chegada das primeiras dificuldades e obstáculos - o lobo - deixei minhas convicções ruírem e desabarem. Daí conclui-se que, como a casa dos dois primeiros porquinhos, a minha (convicção) era frágil. Apenas quando o terceiro porquinho construiu a terceira e última casa, de concreto, a história acabou feliz e o lobo não obteve sucesso. Eles superaram o lobo. 

Essa é a fase em que me encontro. Minhas convicções foram arruinadas uma após a outra, porém apenas porque até então não havia colocado a devida fé - ou concreto - nas mesmas. Quando a gente tem fé, pude perceber, as coisas andam. Não por mágica, nem por algo superior ou divino. Aliás, é superior sim, mas vem de dentro de nós, não de divindade alguma: quando temos fé, acreditamos que podemos realizar aquilo a que nos propomos. As ideias saem do papel, tornam-se atitudes, cria-se. Uma ideia por si só apenas torna-se forte quando transcende de ideia para ação. O importante é que estou trabalhando para isso, estou dedicando tempo a estudar previamente enquanto as aulas de agosto não começam, refiz a matrícula nas disciplinas necessárias e agora conto mais do que com convicções: tenho fé. Verei esse semestre concluído. Estou cansada de estar estagnada, de não ver a carreira profissional e estudantil andar. Quero que as ideias e planos saiam do papel, quero vê-los concretizados.